Suspeito de esquartejar mulher pesquisou sobre identificação de pessoas e DNA um dia após deixar mala com corpo em rodoviária
12/09/2025
(Foto: Reprodução) Ricardo Jardim presta depoimento à polícia
Análise preliminar da Polícia Civil indica que o publicitário Ricardo Jardim, 66 anos, suspeito de esquartejar a namorada Brasília Costa, de 65, e espalhar partes do corpo dela por Porto Alegre pesquisou na internet sobre identificação de pessoas e DNA um dia após deixar a mala com o tronco da vítima na Estação Rodoviária.
"As análises de investigação detectaram que o suspeito realizou algumas pesquisas nos seus dispositivos eletrônicos. Em relação à DNA, como funciona DNA, se existe banco de DNA. Nesse sentido de compreender como é que seria a identificação de uma pessoa", diz o chefe do Departamento de Homicídios, delegado Mário Souza.
Conforme o delegado, as consultas teriam sido realizadas em 21 de agosto. No dia anterior, por volta de 20h12, Ricardo havia deixado a mala com o tórax desmembrado no guarda-volumes do local. Câmeras de segurança registram a ação.
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"Esses elementos que estão surgindo comprovam que ele ficou preocupado com a questão do DNA e de identificação. Isso se comprova também por ele ter cortado os dedos dela e retirado a cabeça depois, pra dificultar a identificação, porque ele queria sair impune", afirma Mário Souza.
O conteúdo da mala só foi descoberto no dia 1º de setembro, quando funcionários da rodoviária acionaram a polícia após sentirem cheiro forte no local. O suspeito foi preso preventivamente no dia 4 de setembro e está recolhido na Penitenciária Estadual de Charqueadas II. Na quarta-feira (10), ele foi interrogado formalmente.
Informalmente, no momento da prisão, o suspeito confirmou que esquartejou e espalhou o corpo de Brasília pela cidade. No entanto, ele negou que tenha matado a mulher. Segundo o publicitário, ela teria tido um mal súbito.
O crânio da vítima ainda não foi localizado. Essa etapa será decisiva para permitir a identificação completa do corpo e contribuir para a definição precisa da causa da morte.
A Defensoria Pública, que representa o suspeito, diz que só se manifestará nos autos do processo.
O crime é tratado pelos investigadores como feminicídio. A Polícia Civil também diz que há suspeita de motivações financeiras para o crime. Jardim teria tentado utilizar cartões de crédito da vítima e tentado movimentar contas bancárias dela.
Em 2018, Ricardo foi condenado a 28 anos por matar e concretar a mãe. Ele foi solto em 2024 após conseguir autorização para progressão ao regime semiaberto. (Veja abaixo linha do tempo)
Ricardo Jardim, suspeito de esquartejar mulher e colocar corpo em mala, após depoimento
Reprodução/ RBS TV
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Ronaldo Bernardi/Agência RBS
Infográfico - Linha do tempo: homem preso após abandonar mala com corpo na rodoviária de Porto Alegre
Arte/g1
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