Operação mira adolescente suspeito de pedir fotos e exigir automutilação de criança por meio do jogo virtual no RS
12/09/2025
(Foto: Reprodução) Violência e abuso sexual infantil: veja os sinais e saiba como proteger as crianças
A Polícia Civil do RS cumpriu, nesta sexta-feira (12), mandados de busca e apreensão em um investigação contra um adolescente de Ribeirão Preto (SP) suspeito de pedir fotos íntimas para uma criança de 12 anos, moradora do interior do RS, além de ameaçá-la e exigir que ela cometesse atos de automutilação. De acordo com a polícia, todas as ações aconteceram através do jogo virtual Roblox.
Segundo o delegado Marcos Vinícius Nespolo de David, a investigação apura possíveis atos análogos aos crimes de perseguição, violência psicológica contra mulher, lesão corporal (por conta da automutilação) e armazenamento de conteúdo de pornografia infantil. Também será apurado se houve atos análogos ao estupro virtual.
As identidades da vítima e do adolescente não foram divulgadas pela polícia, pois ambos são menores de idade.
"Este jogo funciona como uma plataforma em que você pode criar outros jogos, a ideia é a interação entre os jogadores. Nesta interação, os dois se conheceram, começaram a conversar pelo chat e ele começou a pedir nudes. Ela mandou fotos íntimas com o rosto, a pedido dele, e ele passou a exigir outros conteúdos de caráter vexatório, sexual e, no fim, começou a pedir para que ela se automutilasse. Foi quando ela não suportou e contou para a mãe", explica o delegado.
De acordo com o delegado, ainda não está claro se o adolescente cometeu as ações por iniciativa própria ou se fazia parte de um grupo virtual organizado. A perícia no celular dele deve apontar mais detalhes sobre os atos.
A investigação mostrou ainda que o adolescente usava diversos perfis em diferentes plataformas digitais, como Roblox, TikTok, Instagram e WhatsApp, para manter contato com a vítima, que era submetida a manipulações psicológicas, exigência de envio de imagens íntimas e automutilação também nesses aplicativos.
A pedido da Polícia, o Poder Judiciário autorizou:
Busca e apreensão de dispositivos eletrônicos e objetos relacionados à investigação;
Autorização para análise técnica imediata dos equipamentos no local da diligência, garantindo a preservação das provas digitais;
Afastamento de sigilos telemáticos e telefônicos;
Medidas cautelares diversas, incluindo proibição de contato com a vítima e familiares, bem como a remoção de contas em redes sociais utilizadas pelo investigado.
A Polícia Civil do RS orienta pais sobre prevenções referentes a possíveis crimes virtuais:
Oriente seus filhos a nunca compartilhar fotos íntimas ou dados pessoais com desconhecidos;
Mantenha diálogo aberto e de confiança para que relatem qualquer situação suspeita;
Em caso de contato ou chantagem virtual, procure imediatamente a Polícia Civil;
Registre ocorrência em qualquer delegacia ou pela Delegacia Online;
Em situações que envolvam crianças e adolescentes, acione também o Conselho Tutelar.
O g1 entrou em contato com a assessoria de imprensa do Roblox, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Em seu site, a plataforma afirma que usuários "podem silenciar ou bloquear facilmente outros jogadores que eles encontrarem nas experiências e denunciar conteúdo ou comportamento inapropriado usando o sistema de Denúncia de Abuso" e garante que mantém filtros de textos no chat da plataforma para bloquear conteúdo inapropriado.
Além disso, a plataforma afirma que "oara usuários menores de 13 anos, nossos filtros são ainda mais rígidos e incluem qualquer informação potencial de identificação pessoal, gírias etc. Para mantermos uma plataforma segura e prevenir conteúdos inapropriados que violem nossas políticas, usuários também não podem trocar imagens ou vídeos via bate-papo ou em interações entre duas pessoas no Roblox".
Polícia Civil do RS fez operação contra abusos sexuais via jogos eletrônicos online, como Roblox
Polícia Civil/Divulgação
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