Na lista da Interpol e condenado por matar fotógrafo no RS: chefe de facção preso na Bolívia é entregue à PF
12/09/2025
(Foto: Reprodução) Juliano Biron foi preso em Santa Cruz de la Sierra.
Divulgação/Polícia boliviana
Juliano Biron, chefe de uma organização criminosa no Rio Grande do Sul e condenado pelo homicídio do fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni em 2015, foi entregue à Polícia Federal (PF), em Corumbá (MS), nessa quinta-feira (11), após prisão em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.
O preso vai passar por audiência de custódia, nesta sexta-feira (12), em Corumbá. Além de Juliano, também foi preso Yuri Flugrath, que seria braço-direito do chefe da facção. Ambos foram expulsos ao Brasil, pela cidade boliviana Porto Quijarro.
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Prisão na Bolívia
De acordo com o delegado Gabriel Casanova, da Delegacia de Capturas, Biron usava documentos falsos e se apresentava como João Paulo Zucco, natural de Santa Catarina. Ele estaria tentando renovar a célula de identidade de estrangeiro.
Segundo comunicado das autoridades bolivianas, ao consultar o sistema internacional, surgiu um alerta vermelho indicando que se tratava de um procurado pela Interpol. Biron era considerado foragido e tem quatro mandados de prisão em aberto no Brasil.
Conforme Casanova, o criminoso estava na cidade boliviana há pelo menos onze meses. Ainda não se sabe se os presos serão transferidos para aos presídios do Rio Grande do Sul.
Assassinato de fotógrafo
José Gustavo foi encontrado morto em Canoas em julho de 2015
Reprodução/Redes sociais
O fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni foi encontrado morto em julho de 2015, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, atingido por 19 tiros. Conforme a polícia, ele mantinha um relacionamento com uma mulher que era namorada de Juliano Biron. Gargioni, no entanto, desconhecia a relação.
A vítima havia desaparecido no dia anterior, quando foi a uma academia. Segundo a investigação, Gargioni foi torturado antes de ser morto. Mais de 300 horas de imagens, gravadas por 80 câmeras de segurança, foram analisadas pelos policiais.
O crime teria acontecido após a mulher chamar Gustavo para um encontro, que serviu como armadilha para que ele entrasse em um carro com Juliano.
A polícia conseguiu acompanhar todo o trajeto feito pelo casal. Gustavo entrou no carro em que a mulher o esperava para um encontro, sem saber que Juliano estava no banco de trás do veículo, armado.
O casal levou Gustavo até a Praia do Paquetá, em Canoas, onde o fotógrafo ainda entrou em luta corporal com o homem e a mulher, mas acabou agredido e atingido pelos disparos.
Em 2023, a mulher foi levada a júri e absolvida das acusações.
Por pouco mais de dois anos, Gustavo trabalhou como fotógrafo do Palácio Piratini, sede do governo do RS, durante o mandato do ex-governador Tarso Genro. Antes de morrer, ele atuou em uma produtora de eventos de Canoas.
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