Eutanásia de animais em Canoas: orientação era abater cães e gatos mesmo com chance de sobreviver, diz veterinária

  • 10/09/2025
(Foto: Reprodução)
Orientação era fazer eutanásia mesmo em animais com chances de sobreviver, diz veterinária Uma veterinária que trabalhou na gestão de Paula Lopes à frente da Secretaria de Bem-Estar Animal de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, relatou ter presenciado uma série de irregularidades dentro do órgão municipal. A ex-titular da pasta é investigada pela Polícia Civil por suspeita de fazer eutanásia em cães resgatados após usá-los na internet para receber doações via PIX. O advogado de Paula Lopes, Gilson Araújo, informou que não vai se manifestar porque não teve acesso ao conteúdo da investigação. A profissional pediu para não ser identificada por temer represálias. Ela afirmou à RBSTV que havia pressão para sacrificar animais que poderiam ser tratados e que os profissionais eram orientados a preencher atestados de óbito de forma irregular. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Segundo o depoimento da veterinária, uma das práticas recorrentes era deixar em branco a data da morte dos animais. O objetivo seria criar a aparência de que teriam passado por algum tipo de tratamento antes de morrer. "A responsável técnica pedia para que a gente não colocasse a data do óbito. Acredito que fosse para justificar depois que o animal teria morrido por complicações futuras, e não no mesmo dia em que deu entrada", afirmou a veterinária. A veterinária também disse que, durante o período em que atuou na secretaria, era comum receber ordens para realizar eutanásias em gatos diagnosticados com FIV (HIV felina) ou FELV (leucemia felina), mesmo quando havia possibilidade de tratamento. O mesmo era feito em cães com cinomose. "Era no mínimo uma eutanásia por dia. Isso não é normal. Esses animais poderiam viver por muitos anos se bem cuidados", relatou a profissional. Outro episódio citado por ela foi a sugestão de amputar membros de um cão com fraturas múltiplas, em vez de realizar a cirurgia ortopédica indicada. "Era uma economia porca, porque tiraria a qualidade de vida do animal", contou. Ela também citou que era comum atestados de óbito de animais mortos via eutanásia serem distribuídos para que veterinários assinassem. Investigação As denúncias reforçam a linha de investigação da Polícia Civil que apura suspeitas de maus-tratos e irregularidades administrativas. A delegada responsável pelo caso, Luciane Bertoleti, confirmou nesta quarta-feira (10) que cerca de dez pessoas, entre investigados e testemunhas, já foram ouvidas. O trabalho agora se concentra na coleta de provas documentais e periciais. De acordo com a delegada, há relatos de tutores que levaram cães à secretaria e receberam a orientação de que os animais não tinham mais chances de recuperação, sendo indicada a eutanásia. "Esses donos não concordaram, procuraram outras clínicas e hoje os bichos estão saudáveis", disse Luciane. Para ela, esse tipo de informação é fundamental para reforçar a suspeita de que decisões de sacrificar animais eram tomadas sem respaldo técnico. Paula Lopes, que foi exonerada do cargo em agosto, é investigada pela condução das ações do órgão. Os crimes apurados são estelionato e maus-tratos a animais. Animais eram eutanasiados, segundo Polícia Civil Reprodução/RBS TV O que disse Paula Lopes à polícia Em depoimento, a ex-secretária Paula Lopes negou as acusações. Ela também afirmou que o dinheiro em espécie encontrado na casa dela, R$ 77 mil, era proveniente de um acordo de venda de um apartamento. A polícia vai verificar a origem desse dinheiro. Paula Lopes procurou a RBSTV para entrevista nessa semana, mas depois recuou. O que diz a prefeitura de Canoas O procurador-geral do município de Canoas, Eber Bundchen, disse que a prefeitura abriu uma sindicância sobre o caso e está disponível para colaborar com a polícia. A secretaria segue funcionando normalmente. Cães que teriam desaparecido Divulgação/ Polícia Civil Nota de Posicionamento do CRMV-RS O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) acompanha com atenção as investigações decorrentes da Operação Carrasco, deflagrada em Canoas, que apura denúncias de maus-tratos a animais envolvendo a ex-secretária de Bem-Estar Animal do município. O Conselho ressalta que a eutanásia de cães e gatos somente é permitida em situações específicas previstas na legislação, devendo o procedimento ser registrado em prontuário, assinado por médico-veterinário responsável. Cada caso, portanto, precisa ser avaliado com rigor técnico e ético, respeitando a legislação vigente e os princípios do bem-estar animal. O número de mortes relatadas merece apuração detalhada. No entanto, é fundamental que não haja julgamentos prévios antes da análise criteriosa dos registros e documentos pelas autoridades competentes. O Conselho reforça sua missão de zelar pelo exercício ético e responsável da Medicina Veterinária e de assegurar a proteção e o bem-estar dos animais, colocando-se à disposição para colaborar com as autoridades na elucidação do caso. O CRMV-RS lembra que tem um canal online para formalização de denúncia ética-profissional contra médicos-veterinários Basta acessar a aba de ‘Denúncias’ na capa do site do Conselho e seguir as orientações. Paula Lopes, em pronunciamento na internet Reprodução/Redes sociais/Instagram VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/09/10/eutanasia-de-animais-em-canoas-orientacao-era-abater-caes-e-gatos-mesmo-com-chance-de-sobreviver-diz-veterinaria.ghtml


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