Chefe de organização criminosa no RS condenado em 2020 por matar fotógrafo é preso na Bolívia
11/09/2025
(Foto: Reprodução) Juliano Biron foi preso em Santa Cruz de la Sierra
Divulgação/Polícia boliviana
Juliano Biron, chefe de uma organização criminosa baseada no Rio Grande do Sul e condenado em 2020 pelo homicídio do fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni foi preso na quarta-feira (10) em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, por agentes da Força Especial de Luta Contra o Narcotráfico (FELCN).
De acordo com o delegado Gabriel Casanova, da Delegacia de Capturas, Biron usava documentos falsos e se apresentava como João Paulo Zucco, natural de Santa Catarina. Ele estaria tentando renovar a célula de identidade de estrangeiro.
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Segundo comunicado das autoridades bolivianas, ao consultar o sistema internacional, surgiu um alerta vermelho indicando que se tratava de um procurado pela Interpol. Biron era considerado foragido e tem quatro mandados de prisão em aberto no Brasil.
Conforme Casanova, o criminoso estava na cidade boliviana há pelo menos onze meses. Um outro homem, que seria braço-direito de Biron também foi preso.
A Polícia Civil do RS está tramitando a transferência de Biron para o Brasil.
O crime
José Gustavo foi encontrado morto em Canoas em julho de 2015
Reprodução/Redes sociais
O fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni foi encontrado morto em julho de 2015, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, atingido por 19 tiros. Conforme a polícia, ele mantinha um relacionamento com uma mulher que era namorada de Juliano Biron. Gargioni, no entanto, desconhecia a relação.
A vítima havia desaparecido no dia anterior, quando foi a uma academia. Segundo a investigação, Gargioni foi torturado antes de ser morto. Mais de 300 horas de imagens, gravadas por 80 câmeras de segurança, foram analisadas pelos policiais.
O crime teria acontecido após a mulher chamar Gustavo para um encontro, que serviu como armadilha para que ele entrasse em um carro com Juliano.
A polícia conseguiu acompanhar todo o trajeto feito pelo casal. Gustavo entrou no carro em que a mulher o esperava para um encontro, sem saber que Juliano estava no banco de trás do veículo, armado.
O casal levou Gustavo até a Praia do Paquetá, em Canoas, onde o fotógrafo ainda entrou em luta corporal com o homem e a mulher, mas acabou agredido e atingido pelos disparos.
Em 2023, a mulher foi levada a júri e absolvida das acusações.
Por pouco mais de dois anos, Gustavo trabalhou como fotógrafo do Palácio Piratini, sede do governo do RS, durante o mandato do ex-governador Tarso Genro. Antes de morrer, ele atuou em uma produtora de eventos de Canoas.
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